Estamos quase no último trimestre do ano e já é possível entender o que veio para ficar como estratégia no mercado de bens de consumo embalados (CPG). A inteligência artificial sozinha está gerando US$500bi em valor para o setor CPG global neste ano, segundo dados da Market.us. Além da IA, quais outras tendências estão ficando por mais tempo? E como o uso de IA tornou-se rotina nesse contexto?
Enquanto algumas empresas ainda hesitam em abraçar mudanças estruturais, outras já colhem os frutos de adaptações estratégicas que geram resultados mensuráveis. Este cenário revela três tendências centrais que estão moldando o futuro do setor.
Inteligência artificial aplicada gera ROI imediato
A era do “AI como buzzword” já passou. Empresas CPG estão implementando soluções de inteligência artificial com foco em resultados tangíveis, especialmente em previsão de demanda e gestão de receita. Uma empresa do setor conseguiu melhorar a precisão de previsão em 13%, reduzir a falta de produtos em 40% e diminuir o estoque em 35% ao investir em sua suíte digital e de IA, revela estudo da McKinsey.
As aplicações mais efetivas de inteligência artificial no CPG incluem:
Forecasting inteligente: Sistemas de previsão baseados em IA analisam grandes volumes de dados (transações POS, clima local, tendências de busca) para gerar previsões mais precisas. Isso resulta em planejamento de produção mais inteligente e redução de custos com rupturas de estoque.
Revenue Growth Management (RGM): A otimização de preços e promoções através de IA permite que marcas respondam rapidamente a mudanças de mercado e maximizem a rentabilidade por categoria.
Automação operacional: Até 2025, a IA automatizará muitas tarefas rotineiras na indústria CPG, incluindo gestão de estoque, previsão de demanda e programação de produção, conforme pesquisa da Marketeers Research.
Grandes players já utilizam essas tecnologias para otimizar cadeias de suprimento e campanhas promocionais, criando vantagem competitiva sustentável.
Funcionalidade vira requisito básico dos produtos
A era dos medicamentos GLP-1 transformou fundamentalmente os hábitos alimentares globais. A perspectiva de dezenas de milhões de americanos reduzindo sua ingestão diária para cerca de 1.000 calorias por dia – típico para usuários de GLP-1 – tem potencial óbvio para perturbar líderes de bens de consumo embalados, alerta a PwC.
Esta mudança comportamental força a indústria CPG a repensar formulações e posicionamentos:
Proteína como protagonista: Pesquisa do Rabobank indica que usuários de GLP-1 querem comer mais proteína e porções menores. Eles têm menos interesse em alimentos gordurosos ou açucarados. Marcas estão reformulando produtos para atender essa demanda crescente.
Claims de saciedade: Alimentos GLP-1-friendly são ricos em proteína e fibra, controlados em porção, e desenhados para apoiar a digestão e saciedade. Empresas como ConAgra e Supergut lideram essa categoria emergente.
Fibras como diferencial: Investidores demonstram maior interesse em produtos com eficácia comprovada, como itens ricos em proteína e fibra, segundo análise da Modern Retail.
Exemplos práticos incluem a Pepsi Prebiotic Cola e o Starbucks Protein Cold Foam, que combinam sabor familiar com benefícios funcionais.
Omnichannel evolui para experiência integrada
O omnichannel deixou de ser estratégia opcional para se tornar expectativa básica dos consumidores. O comércio social tem projeção de crescimento com CAGR de 31,6% até 2030, destaca relatório da Deloitte.
As marcas CPG mais eficazes estão criando experiências verdadeiramente integradas:
QR codes estratégicos: Códigos QR podem impulsionar significativamente as vendas de CPG e apoiar o sucesso omnichannel ao aprimorar o engajamento do consumidor, fornecer acesso contínuo à informação, permitir marketing personalizado e integrar experiências offline e online.
Social commerce ativo: Plataformas sociais não são mais apenas canais de awareness, mas pontos de venda diretos. Desenvolva anúncios de mídia social que eduquem consumidores sobre como usar elementos digitais de embalagem, como códigos QR, para acessar conteúdo exclusivo ou detalhes do produto.
Dados em tempo real: Em 2025, a IA torna a análise preditiva uma realidade para qualquer um que tenha os dados necessários de cliente, vendas e produto. Isso permite personalização instantânea em todos os pontos de contato.
Um exemplo notável é a campanha de latas AR da Coca-Cola para Star Wars, que conectou o produto físico a experiências digitais imersivas.
A vantagem competitiva está na velocidade de adaptação
O mercado CPG de 2025 premia empresas que conseguem transformar insights em produtos reais rapidamente. Para empresas de bens de consumo embalados, 2025 está se moldando como um ano de clareza estratégica, observa o Consumer Products Report da Bain & Company.
A diferença entre liderar e acompanhar o mercado está na capacidade de execução. Marcas que conseguem implementar IA operacional, desenvolver produtos funcionais relevantes e criar experiências omnichannel coesas ganham vantagem sustentável.
Para empresas que buscam acelerar essa transformação, a colaboração com parceiros especializados em co-manufatura torna-se estratégica. A GrowinCo. conecta marcas a fornecedores qualificados, permitindo que empresas foquem na inovação enquanto garantem execução eficiente na produção.
As três tendências apresentadas não são cenários futuros – são realidades que estão definindo o mercado agora. Empresas que as ignoram correm o risco de perder relevância rapidamente em um ambiente cada vez mais competitivo.