Supply chain otimizada com uso estratégico de dados: desafios e aprendizados para empresas latino-americanas de CPG
Em 2021, a crise global de semicondutores levou gigantes automotivas como Ford e Toyota a suspenderem a produção de veículos. Enquanto isso, a Tesla manteve suas linhas de montagem ativas, não por possuir mais recursos, mas por adotar uma abordagem diferenciada: uma supply chain orientada por dados em tempo real.
Essa estratégia permitiu à Tesla adaptar rapidamente seu software para utilizar novos chips, evitando paralisações que afetaram seus concorrentes.
Esse contraste destaca uma realidade inescapável: dados não são apenas números; são a diferença entre estagnação e prosperidade. No setor de bens de consumo embalados (CPG), empresas enfrentaram desafios semelhantes durante a pandemia, como a escassez de embalagens e insumos essenciais.
Por exemplo, a Nestlé Brasil implementou a plataforma SISO, que utiliza inteligência artificial e ciência de dados para otimizar o gerenciamento de inventário, reduzindo em 35% as rupturas de estoque em pontos de venda.
Na América Latina, onde desafios logísticos são constantes, a adoção de uma abordagem baseada em dados pode transformar gargalos em oportunidades, posicionando as empresas não apenas para acompanhar o mercado, mas para liderá-lo.
No setor de CPG, especificamente caracterizado por alta rotatividade de estoque e complexidade na distribuição, inteligência de mercado e uma rede estratégica de comanufaturas e fornecedores são diferenciais essenciais para superar barreiras geográficas e reduzir custos logísticos.
Como o uso de dados na supply chain impacta a indústria CPG
Empresas na América do Norte e Europa têm colhido os benefícios da integração de big data e análises avançadas em suas operações logísticas. De acordo com a Mordor Intelligence, o mercado de análise de big data na cadeia de suprimentos está projetado para crescer a uma taxa anual de 17,31% até 2029.
Esse crescimento reflete a confiança das organizações na utilização de dados para prever demandas, otimizar rotas e gerenciar estoques com precisão.
Para as empresas de CPG, isso se traduz em previsibilidade no sourcing, permitindo a aquisição antecipada de matérias-primas e evitando interrupções na produção. Além disso, possibilita uma logística inteligente, utilizando dados de mercado para identificar os melhores locais de produção e armazenamento, reduzindo custos de transporte e tempo de entrega.
Ainda utilizando o exemplo inicial da Nestlé, ela iniciou uma jornada de transformação digital em 2018, investindo em inovação e inteligência de dados para capturar e acompanhar as mudanças do mercado. Através do DataLab, a empresa busca evoluir a experiência do consumidor e melhorar o desempenho operacional, identificando alavancas de negócio e ações preditivas para otimizar a execução.
Desafios enfrentados pelas empresas latino-americanas de CPG
Apesar dos avanços tecnológicos observados em outras regiões, as empresas na América Latina enfrentam obstáculos únicos ao adotar uma supply chain orientada por dados, especialmente no setor de CPG, onde a volatilidade da demanda e as variações regionais de consumo são desafios constantes.
Além disso, a infraestrutura logística na região apresenta limitações que podem impactar diretamente os custos operacionais. Rodovias mal conservadas, portos congestionados e a longa distância entre centros de produção e mercados consumidores são realidades que exigem uma estratégia de distribuição inteligente.
Nesse cenário, ter uma rede ampla e diversificada de comanufaturadores e fornecedores é uma vantagem competitiva essencial. Empresas que dependem de um único ponto de produção estão expostas a riscos como interrupções logísticas e custos elevados de transporte.
Ao diversificar a produção em locais estratégicos, é possível reduzir riscos e custos, mantendo a flexibilidade para atender demandas regionais.
A Ambev, por exemplo, enfrentou desafios logísticos significativos devido à extensão territorial do Brasil. Para otimizar sua distribuição, a empresa estabeleceu parcerias com transportadoras locais, como a Transportes Imediato, visando expandir os centros de distribuição urbana e melhorar a eficiência nas entregas.
Aprendizados e estratégias para o uso de dados na supply chain na indústria de bens de consumo rápido
- Inteligência de mercado para decisões assertivas: Utilizar dados de mercado para identificar tendências emergentes, otimizar lançamentos de novos produtos e ajustar campanhas promocionais de forma dinâmica. Na GrowinCo., ajudamos marcas de CPG a transformar dados de mercado em estratégias acionáveis, garantindo que as decisões sejam guiadas por insights reais.
- Rede estratégica de comanufaturas e fornecedores: Diversificar a produção em regiões estratégicas para reduzir custos logísticos e aumentar a agilidade na distribuição. A Ambev mantém acordos de distribuição estratégica com as principais redes de varejo brasileiras, como o Grupo Pão de Açúcar e o Carrefour Brasil, ampliando sua presença no mercado.
- Capacitação de talentos e adoção de tecnologias emergentes: Investir em equipes especializadas em análise de dados e gestão da cadeia de suprimentos é essencial para implementar estratégias baseadas em inteligência de mercado. Além disso, o uso de IoT e análises preditivas aprimora o controle de estoque e a previsão de demanda.
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A digitalização da cadeia de suprimentos é essencial para empresas de CPG que desejam crescer de forma sustentável e eficiente na América Latina. Ao adotar estratégias orientadas por dados, sua marca pode prever tendências de consumo, ajustar campanhas promocionais em tempo real e otimizar o fluxo de produtos do fornecedor ao ponto de venda.
Na GrowinCo., combinamos inteligência de mercado, sourcing estratégico e comanufatura eficiente para ajudar sua empresa a otimizar a cadeia de produção, reduzir custos, aumentar a eficiência e se preparar para o futuro.
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