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Estratégias de nearshoring: por que empresas de bens de consumo embalados estão repensando a resiliência de suas cadeias produtivas

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Quando a Coca-Cola iniciou sua expansão no México em 2023, a decisão transcendeu a proximidade geográfica. Posteriormente, a empresa repensou completamente uma década de dependência asiática. Essa dependência custava milhões em logística e expunha a marca a riscos geopolíticos crescentes.

Além disso, a gigante dos refrigerantes não estava sozinha nessa jornada. Uma pesquisa da BBVA Research prevê que até 2025, 453 novas empresas estrangeiras se relocalizarão para o México. Muitas delas pertencem ao mercado de bens de consumo embalados (CPG).

Atualmente, o nearshoring não é mais uma tendência emergente. Tornou-se uma necessidade estratégica que revoluciona a resiliência das cadeias produtivas globais. Para executivos do setor de bens de consumo embalados, a pergunta mudou. Já não é “se” devem considerar o nearshoring, mas “como” implementá-lo eficazmente.

A nova geografia da resiliência: América Latina em ascensão

Primeiramente, a migração das operações de manufatura contratada da Ásia para a América Latina representa uma das maiores mudanças na geografia industrial das últimas décadas. A Nestlé Purina exemplifica essa transformação. Consequentemente, anunciou um investimento estratégico de US$ 220 milhões para expandir sua fábrica em Silao, Guanajuato, O objetivo é reduzir significativamente a dependência de importações.

Para empresas do setor de bens de consumo embalados, essa mudança significa mais que números. Representa uma oportunidade de construir cadeias de suprimento mais resilientes e responsivas. Segundo pesquisa da McKinsey, 90% dos líderes de supply chain relataram desafios contínuos em 2024. Portanto, a resiliência das cadeias produtivas se tornou uma prioridade incontornável.

Mas o que impulsiona essa transformação? A resposta está na convergência de três fatores críticos. Eles estão moldando o futuro da manufatura contratada.

Custo total de propriedade: uma nova matemática

Tradicionalmente, as empresas do mercado de bens de consumo embalados focavam no custo unitário de produção. Isso acontecia ao escolher parceiros de manufatura contratada. A Ásia, especialmente a China, oferecia mão de obra barata e capacidade produtiva massiva. Entretanto, a equação mudou drasticamente.

Agora, o custo total de propriedade (TCO) inclui variáveis antes negligenciadas:

Custos logísticos crescentes: Com o frete marítimo aumentando 300% em alguns períodos pós-pandemia, a proximidade geográfica se tornou um diferencial econômico significativo. Uma empresa de produtos de limpeza migrou sua manufatura contratada da China para o México. Como resultado, relatou uma redução de 40% nos custos logísticos totais.

Flexibilidade de resposta: O tempo de resposta entre pedido e entrega caiu drasticamente. Diminuiu de 45-60 dias (da Ásia) para 7-14 dias (do México). Isso permite uma gestão de estoque mais eficiente e reduz os custos de capital de giro.

Custos ocultos da distância: Viagens de supervisão, coordenação de fusos horários e complexidade de comunicação representam custos operacionais significativos. Felizmente, o nearshoring elimina naturalmente esses obstáculos.

Riscos geopolíticos: o novo imperativo de diversificação

A guerra comercial entre EUA e China, seguida pela pandemia e tensões no Estreito de Taiwan, transformou a gestão de riscos geopolíticos. Tornou-se uma prioridade para CEOs de CPG. Com as margens EBIT das principais empresas próximas de mínimas de 10 anos, não há margem para erros estratégicos.

Assim, o nearshoring oferece uma solução elegante para a diversificação de risco. Empresas como a Procter & Gamble já implementaram estratégias de “China+1”. Estabeleceram operações de manufatura contratada no México e Costa Rica para reduzir a dependência de um único país.

A estabilidade política relativa da América Latina, combinada com acordos comerciais favoráveis como o USMCA, oferece vantagens importantes. Cria um ambiente operacional mais previsível para investimentos de longo prazo em manufacturing partnerships.

México: o epicentro da transformação

México emergiu como o destino preferencial para nearshoring de CPG. Os dados explicam claramente o porquê: Quase dois terços das empresas antecipam crescimento de 1-20% em suas operações nearshore. Ademais, o México lidera essa expansão.

Vantagens competitivas do México:

  • Proximidade: Fronteira de 3.200 km com os EUA facilita logística e supervisão
  • Força de trabalho qualificada: 130 milhões de habitantes com crescente especialização em manufatura
  • Infraestrutura em expansão: Potencial para criar 1,1 milhão de novos empregos no setor manufatureiro
  • Integração comercial: USMCA garante acesso preferencial aos mercados norte-americanos

Grandes nomes como Nestlé, Unilever e PepsiCo já estabeleceram ou expandiram significativamente suas operações de manufatura contratada no país, aproveitando essas vantagens competitivas.

Estratégias de nearshoring: como implementar

Para empresas de CPG considerando o nearshoring, uma abordagem estruturada é essencial. Com base nas experiências de empresas que já fizeram essa transição, algumas estratégias emergem como fundamentais:

Fase 1 – Avaliação e planejamento:

  • Análise detalhada do TCO incluindo todos os custos ocultos
  • Mapeamento de riscos geopolíticos e operacionais
  • Identificação de parceiros potenciais de manufatura contratada na região-alvo


Fase 2 – Implementação piloto:

  • Início com produtos de menor complexidade ou linhas secundárias
  • Estabelecimento de métricas de performance claras
  • Desenvolvimento de relacionamentos com fornecedores locais


Fase 3 – Escalonamento:

  • Expansão gradual baseada nos resultados do piloto
  • Investimento em treinamento e desenvolvimento de fornecedores
  • Otimização contínua da cadeia de suprimento regional

Estratégias de implementação: um roadmap prático

Nearshoring está evoluindo para algo mais sofisticado: o “rightshoring”. Esta estratégia posiciona a produção no local mais adequado para cada produto, mercado e situação.

Dados recentes da QIMA mostram que o nearshoring representa 15% de todas as compras de marcas e varejistas europeus no primeiro trimestre de 2024, demonstrando crescimento constante.

Para executivos de CPG, isso significa desenvolver capacidades de gestão mais sofisticadas. Devem otimizar custos, riscos e performance através de múltiplas geografias.

A tendência é sustentada por dados robustos: 92% dos executivos de manufatura dos EUA consideram reshoring ou nearshoring, um aumento significativo dos 78% do ano anterior, segundo pesquisa da Kearney, indicando que estamos no início de uma transformação estrutural de longo prazo.

Como a GrowinCo. ajuda na sua estratégia de nearshoring

O nearshoring não é apenas uma resposta tática a disruptions recentes – é uma estratégia fundamental para construir vantagem competitiva sustentável. Empresas de CPG que dominarem essa transição estarão melhor posicionadas para navegar a volatilidade crescente dos mercados globais.

A questão para líderes de CPG não é se o nearshoring fará parte de sua estratégia, mas como implementá-lo de forma a maximizar valor enquanto minimiza riscos. Aqueles que agirem agora, com planejamento cuidadoso e execução disciplinada, criarão as cadeias produtivas resilientes que definirão o sucesso na próxima década.

Implementar uma estratégia de nearshoring eficaz requer mais que identificar fornecedores. Exige inteligência de mercado profunda e conexões estratégicas. Somente uma expertise especializada pode oferecer isso.

A GrowinCo. desenvolveu uma abordagem única para apoiar empresas de CPG nessa transição crítica. Nossa plataforma conecta grandes empresas a uma rede curada de parceiros de manufatura contratada na América Latina, oferecendo:

Rede verificada de parceiros: Acesso a manufaturadores especializados em CPG na América Latina, com qualificações de qualidade de acordo com a necessidade que você apresenta.

A diferença está na abordagem: enquanto outras soluções focam apenas em conectar empresas, a GrowinCo. oferece o suporte estratégico completo que CEOs e diretores de supply chain precisam para transformar nearshoring e outras estratégias em vantagem competitiva sustentável.

Para empresas explorando oportunidades de nearshoring em co-manufatura, a GrowinCo oferece a inteligência de mercado e conexões estratégicas que aceleram a identificação e implementação de soluções resilientes na América Latina. 

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