Driblando a falta de infraestrutura logística da América Latina: comanufatura e terceirização logística como aliados da indústria CPG
A situação logística da América Latina é um paradoxo. De um lado, a região possui um grande potencial de crescimento, com mercados consumidores em expansão. De outro, as estradas precárias e as limitações na malha ferroviária elevam os custos operacionais e dificultam a distribuição eficiente de produtos. Apesar dessas dificuldades, as empresas do setor CPG precisam continuar a entregar valor aos consumidores e podem encontrar maneiras de driblar esses desafios para ganhar vantagem competitiva no mercado.
Em 2023, a Nestlé, uma das maiores fabricantes de alimentos da América Latina, enfrentou sérios desafios logísticos em sua operação regional. A empresa teve que tomar decisões rápidas para mitigar os atrasos causados por estradas deterioradas e custos elevados de transporte, que comprometiam a eficiência de suas operações e a entrega pontual de produtos ao mercado. A alta dependência do transporte rodoviário e a baixa qualidade da infraestrutura logística foram fatores críticos que resultaram em perdas de contratos com varejistas e aumentaram os custos operacionais.
Os desafios logísticos são diários no mercado CPG, como congestionamentos portuários, malha ferroviária insuficiente e custos elevados de frete. Segundo o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), a América Latina investe apenas 2,5% do PIB em infraestrutura, muito abaixo do necessário para garantir eficiência logística. Isso impacta diretamente a competitividade das empresas da região. Como agir diante dessa situação?
Enquanto a infraestrutura avança a passos lentos, as empresas precisam se mover rápido. E é aqui que a comanufatura e a terceirização logística na América Latina entram como soluções estratégicas. Em vez de esperar por melhorias estruturais, indústrias de CPG estão adotando modelos descentralizados de produção e distribuição para reduzir riscos, cortar custos e ganhar eficiência.
Os impactos da ineficiência logística no dia a dia da indústria CPG na América Latina
A dependência excessiva do transporte rodoviário torna a logística na América Latina cara e imprevisível. No Brasil, por exemplo, 61% das rodovias estão em condições inadequadas, elevando o tempo de deslocamento e os custos de transporte. Em países como Colômbia e Argentina, a baixa conectividade entre diferentes modais limita as opções de escoamento da produção.
O reflexo disso no setor de CPG é preocupante:
- Custo logístico elevado: Representa 12% do PIB no Brasil, contra 8% nos EUA.
- Atrasos recorrentes: O tempo médio de entrega de mercadorias na América Latina pode ser duas vezes maior do que em países desenvolvidos.
- Perdas financeiras: Empresas enfrentam custos extras com armazenamento e perda de produtos, especialmente em categorias de alta rotatividade.
Diante dos desafios, as alternativas se tornam essenciais para minimizar os impactos de uma infraestrutura logística deficiente. Estratégias como a adoção de tecnologias avançadas, otimização de rotas e parcerias estratégicas, como a comanufatura e a terceirização logística na América Latina, podem oferecer soluções eficazes para superar os desafios atuais e melhorar a eficiência operacional no setor de CPG.
A comanufatura e a terceirização logística como solução para otimizar a cadeia logística
Em resposta ao paradoxo logístico na América Latina, a comanufatura emerge como uma solução estratégica eficaz para empresas do setor CPG que buscam não apenas enfrentar, mas também superar as limitações logísticas da região. Ao optar por um modelo de produção descentralizado, as empresas podem reduzir o tempo de deslocamento, minimizar custos com transporte e, principalmente, garantir maior flexibilidade na gestão da cadeia de suprimentos.
Além disso, a comanufatura envolve a colaboração com parceiros especializados para a produção de bens, permitindo distribuir as operações de fabricação de forma mais eficiente, aproveitando-se de instalações localizadas em pontos estratégicos. Dessa maneira, as empresas conseguem reduzir a dependência de uma única planta e, ao mesmo tempo, melhorar a proximidade com os mercados consumidores.
Redução de custos e riscos
Ao descentralizar a produção e contar com parceiros de comanufatura, as empresas podem explorar as vantagens logísticas de diferentes regiões. Por exemplo, ao escolher co-manufaturas localizadas em áreas com infraestrutura mais robusta ou menor custo de transporte, é possível reduzir a pressão sobre as rodovias problemáticas e otimizar as rotas de distribuição.
Ademais, essa estratégia contribui para a mitigação de riscos. A dependência de uma única planta torna a operação vulnerável a interrupções logísticas, como o fechamento de estradas, atrasos portuários ou problemas climáticos. Com a diversificação das plantas e centros de distribuição, as empresas ganham maior resiliência e continuidade no fornecimento de produtos.
Maior agilidade no atendimento ao mercado
Em mercados onde a competitividade é acirrada, a agilidade na resposta ao consumidor é um fator chave. Com a comanufatura, as empresas de CPG conseguem melhorar a velocidade de produção e distribuição. A proximidade com diferentes mercados e o compartilhamento de capacidades de produção permitem que as marcas atendam de forma mais ágil às mudanças de demanda e às flutuações do mercado.
Ao integrar tecnologias e práticas avançadas de gestão de cadeia de suprimentos, as empresas podem reduzir significativamente o tempo de ciclo da produção e a complexidade logística, alinhando-se às expectativas dos consumidores por entregas mais rápidas e eficientes.
A importância do parceiro certo
A integração entre fornecedores e fabricantes para otimizar a cadeia logística
Para maximizar a eficácia da comanufatura e terceirização logística, a integração entre fornecedores, fabricantes e parceiros é fundamental. A colaboração estreita entre todos os envolvidos na cadeia de suprimentos permite uma troca constante de informações e o alinhamento das operações em tempo real. Isso resulta em maior eficiência, menores custos e maior agilidade na resposta à demanda.
Quando os fornecedores, por exemplo, ajustam suas entregas com base na demanda de produção dos parceiros de comanufatura, evita-se excessos de estoque e custos com armazenamento. Além disso, a visibilidade total ao longo da cadeia permite que problemas, como atrasos de produção ou interrupções logísticas, sejam identificados rapidamente e corrigidos antes que afetem o cliente final.
Com uma cadeia de suprimentos bem integrada, as empresas não só otimizam os processos internos, mas também aumentam a resiliência da operação, tornando-se mais preparadas para se adaptar a imprevistos, como mudanças repentinas na demanda ou interrupções causadas por problemas climáticos ou de infraestrutura.
O futuro da indústria CPG na América Latina
O setor de CPG enfrenta desafios reais na América Latina, mas também possui oportunidades estratégicas para crescer. Empresas que adotam modelos de produção flexíveis e terceirizam suas operações logísticas conseguem reduzir custos, ganhar eficiência e se tornar mais competitivas no mercado.
Se sua empresa busca soluções para expandir na região sem depender de melhorias na infraestrutura, encontrar os parceiros certos pode ser o primeiro passo para transformar desafios em oportunidades.
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