Dormir melhor, ter mais energia e manter o foco por mais tempo tornaram-se objetivos concretos de um consumidor que hoje busca ciência, tecnologia e até autoexperimentação para alcançar uma versão otimizada de si mesmo. Esse movimento — conhecido como biohacking — já influencia decisões de compra de milhões de pessoas, sobretudo em categorias como suplementos alimentares e nutracêuticos.
No entanto, embora 37% dos consumidores que utilizam suplementos declarem fazê-lo com foco em performance cognitiva ou energética, a maioria ainda não encontra soluções adequadas nas prateleiras tradicionais. E é justamente nessa lacuna entre demanda e oferta que surge uma das maiores oportunidades atuais para empresas de bens de consumo de médio porte: ocupar, com agilidade, um espaço que ainda não foi dominado por gigantes do setor.
Do Vale do Silício ao Brasil: a globalização do biohacking
O biohacking começou como prática experimental entre executivos de tecnologia no Vale do Silício, mas se espalhou rapidamente pelo mundo. Segundo a Fortune Business Insights, o mercado global deve atingir US$ 109,46 bilhões até 2029, crescendo a uma taxa anual de 24,8%.
No Brasil, o consumo de suplementos se consolidou como parte do cotidiano: de acordo com a Euromonitor International, mais de 60% dos lares brasileiros já contam com pelo menos um consumidor regular da categoria, com taxa de crescimento média de 8% ao ano até 2029. O país movimentou cerca de US$ 31,6 bilhões em suplementos em 2024, e deve chegar a US$ 53 bilhões em 2030, tornando-se o maior mercado da América Latina.
Um dos exemplos mais emblemáticos é o do Grupo BRG, com marcas como Integralmedica, Darkness e Nutrify. Ao se aproximar de R$ 1 bilhão em faturamento em 2023, o grupo demonstrou que o segredo não está em vender produtos genéricos, mas em desenvolver marcas segmentadas para nichos de alto valor, como esportistas de elite ou consumidores em busca de longevidade saudável.
O valor da personalização: de prateleiras tradicionais ao digital
Se antes os suplementos eram sinônimo de cápsulas genéricas, agora a inovação se espalha em formatos e propostas. O mercado global de gummies, por exemplo, já movimenta US$ 16,3 bilhões, crescendo 12,6% ao ano, enquanto startups brasileiras começam a experimentar modelos ainda mais ousados de customização.
Um caso que ilustra essa tendência é o da Vitamine-se, adquirida em 2024 pela EMS. Fundada em 2021, a empresa construiu seu diferencial justamente em torno da personalização: usava quizzes digitais para mapear hábitos e necessidades de cada consumidor, transformando esses dados em fórmulas direcionadas. O resultado foi rápido: de 300 pontos de venda em 2022 para cerca de 5 mil em 2023, com faturamento de R$ 15 milhões. Após a aquisição, a expectativa é que a marca ultrapasse R$ 100 milhões em 2025.
Esse exemplo reforça um ponto crucial: a personalização não é apenas um argumento de marketing, mas um modelo de negócio que acelera crescimento e atrai investidores. Além disso, demonstra como empresas médias têm mais flexibilidade do que grandes corporações para testar, ajustar e escalar novos formatos de consumo.
Digital como catalisador: DTC, dados e relacionamento contínuo
A personalização também redefiniu os canais de venda. O consumidor biohacker, acostumado a medir passos, monitorar sono e acompanhar seus níveis de glicose via aplicativos, espera que sua relação com as marcas seja igualmente inteligente. Ele prefere comprar diretamente das empresas, em canais digitais que ofereçam conteúdo educativo, transparência de ingredientes e, sobretudo, um relacionamento contínuo.
Nesse sentido, estratégias DTC (Direct-to-Consumer) tornam-se não apenas desejáveis, mas necessárias. A venda direta permite coletar dados de comportamento em tempo real, ajustar fórmulas e validar produtos em lotes menores antes de expandir. Além disso, redes sociais como Instagram e TikTok funcionam como laboratórios de marketing e produto, onde marcas conseguem testar narrativas e identificar tendências emergentes quase instantaneamente.
Para empresas CPG médias, isso significa que a barreira de entrada já não está mais na capacidade de investimento em mídia massiva, mas na habilidade de combinar digital, dados e inovação de produto em um ciclo contínuo de aprendizado e resposta.
A infraestrutura invisível: co-manufatura e ingredientes premium
Se a personalização e a agilidade são os motores desse novo mercado, a infraestrutura que permite sua escala é igualmente estratégica. Nesse ponto, entram os co-manufaturadores especializados em nutracêuticos, que oferecem mais do que linhas de produção: disponibilizam laboratórios de P&D, suporte regulatório junto à ANVISA e flexibilidade para lotes menores — condições fundamentais para testar novas fórmulas sem comprometer capital de giro.
Outro elo crítico da cadeia está na escolha de fornecedores de ingredientes. O consumidor biohacker lê rótulos, pesquisa estudos clínicos e exige transparência. Ingredientes premium, com certificações internacionais e documentação científica sólida, não são apenas diferenciais competitivos: são pré-requisitos para conquistar credibilidade e fidelização. Nesse cenário, o preço deixa de ser o único critério de seleção; agilidade regulatória, consistência de fornecimento e possibilidade de co-desenvolvimento ganham mais peso.
O Brasil como laboratório de inovação global
Poucos países oferecem tantas oportunidades para inovação funcional quanto o Brasil. Além da escala de mercado e do crescimento anual projetado de 8% até 2029, há vantagens únicas: deficiências nutricionais específicas, como a baixa ingestão de vitamina D e ômega-3; uma biodiversidade riquíssima com ativos já consagrados mundialmente, como guaraná, açaí e castanha-do-pará; e um consumidor que valoriza soluções adaptadas ao seu contexto local.
Mesmo a regulação, frequentemente vista como barreira, pode se transformar em vantagem competitiva. Empresas que dominam os trâmites da ANVISA criam um fosso de proteção contra concorrentes improvisados, ao mesmo tempo em que se posicionam como players confiáveis diante de consumidores cada vez mais atentos à qualidade e segurança.
O futuro pertence aos ágeis — e o papel da GrowinCo
O biohacking não é mais uma moda passageira: é um reflexo de uma transformação social permanente em direção à otimização pessoal baseada em dados. Para empresas CPG médias, esse contexto representa uma janela rara de oportunidade. Os casos de BRG e Vitamine-se provam que, com foco em agilidade, personalização e canais digitais, é possível capturar market share antes que as grandes corporações consolidem o espaço.
É aqui que a GrowinCo se conecta a essa narrativa. Nossa plataforma foi desenhada para apoiar empresas CPG médias justamente nesse momento de expansão:
- Conectamos marcas a co-manufaturadores especializados que dominam a regulação e oferecem flexibilidade de escala.
- Viabilizamos acesso a fornecedores premium de ingredientes funcionais, garantindo qualidade e diferenciação.
- Trazemos inteligência de mercado e sourcing competitivo, permitindo que as empresas lancem produtos com rapidez e assertividade.
Em um mercado onde velocidade é a nova moeda de crescimento, a GrowinCo ajuda sua empresa a transformar tendências em vantagem competitiva real.
A pergunta que fica é: sua empresa está preparada para atender ao consumidor biohacker?